segunda-feira, 13 de julho de 2009

E vamos em frente... =)


De repente, as regras já não valem mais.
Tudo é virado de cabeça para baixo. Ou melhor, fica tudo invertido.
Setas, direções, placas. Também estações, horários, línguas.
Mas também uma vida que muda de cabo a rabo em apenas 11 horas de vôo.
De repente o que você conquistou já não vale mais, o que você tem, você não tem mais.
Novas rotinas, novos motivos, uma vida com uma nova cara.
De repente as frases de efeito que impressionam, a piadinha que diverte, a notícia que chama atenção devem ser revistas.
De repente a amiga que tanto te consola, a família que tanto amor passa, os programas que tanto entretêm desaparecem da sua frente.
Fora do alcance das mãos.
Um novo lar a construído, agora apenas sobre seus ombros.
Novas amizades a serem feitas. Munida de apoio mútuo ou de compreensão.
Amizades estas que devem se tornar uma família. Nos segurar no chão, ajudar a encarar a realidade, sempre nos lembrando do que deixamos para trás.
De repente o assunto é outro, a paixão nacional, outra, o programa de fim-de-semana, completamente diferente.
Nos mesmerizamos com as ofertas antes tão inalcançáveis. Nos deixamos levar por momentos que antes víamos somente nas telas de TV.
Mas isto não é o suficiente. O dia-a-dia nos apresenta a realidade. O tempo deixa cair as máscaras. O que antes nos seduz, hoje só nos define o que somos.
O problemas são outros.
Encher a casa de amigos ou mantimentos. Pensar na viagem de feriado ou nas despesas do mês. Ligar para fofocar ou para matar a saudade. Imaginar o que poderia ter sido ou o que vai ser.
A vida que nos aparece na frente, de repente, é a que cativamos. A que tanto desejamos. E assim a vida nos mostra que a felicidade nunca está no ponto final, mas nas palavras antes dele.
E quando se chega ao ponto final, há sempre um novo parágrafo a ser escrito adiante. Sempre um novo tema a ser esmiuçado.
E a felicidade simplesmente aparece neste emaranhado de pensamentos antes de uma nova sentença. Nas descobertas da vida que nos define todos os dias sem percebermos.
Levo a vida, dia após dia, sempre estimulando a não pensar no parágrafo anterior, mas somente no seguinte.
E usando o que já está escrito como sentido para o que estará no papel daqui para frente. Há páginas rasuradas, escritas à lápis que precisam ser passadas a limpo. Mas não hoje.
Hoje a regra é só olhar para frente.
Hoje pretendo ser somente eu. Uma nova eu, mas genuinamente eu. E nada mais.

“As far as men go, it is not what they are that interests me, but what they can become.”
Jean-Paul Sartre

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